quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Duas variantes da representação do real na cultura midiática: o exorbitante Big Brother Brasil e o circunspeto Edifício Máster.

Resumo do artigo: Duas variantes da representação do real na cultura midiática: o exorbitante Big Brother Brasil e o circunspeto Edifí­cio Máster de Fernando Andacht (professor da Universidade Federal do Rio Grade do Sul)

Ambos os produtos televisivos exploram e levam a público a particularidade do ser humano. Porém uma gritante diferença entre os dois materiais se encontra no formato. O Big Brother Brasil (BBB) é uma produção extremamente exagerada, visando o lucro constante e a não preocupação da super exposição da imagem alheia. Já o Edifício Máster (EM), também mostra o real de uma forma mais suave e não tão inconveniente como o BBB. É na verdade “um exemplo da honestidade e do esforço para ser fiel a si próprio numa comprometida escolha estética e vital.”

A comparação destes produtos antagônicos parece de início uma brincadeira de mau gosto, contudo, no desenvolver do seu artigo Fernando deixa claro seu objetivo. Fazer com que o leitor pratique um exercício mental e responda pra si qual é a necessidade aparente de saber tanto da vida alheia.

Fazendo um link ininterrupto com a semiologia encontrada nos produtos, o autor explica onde e como se encontra a ação dos signos: “qualidade e semelhança – ícone, existência e contigüidade – índice, geral e convencional – símbolo. O que todo signo tenta fazer correta ou erradamente é revelar algum aspecto do real.”

“Se o propósito do BBB é tudo mostrar, para fazer através da representação do real uma imagem exorbitante, o documentário EM caracteriza-se, por sua vez, pela sua produção extremamente circunspeta.”

Conclui-se então que embora sejam tão diferentes e seus formatos, criações, espontaneidade e objetivos, BBB e EM são sim mostras do real, da vida alheia. Entretanto, por suas formas diferenciadas um ganha muito mais notoriedade que o outro, fazendo desde (BBB) uma breve 9ª edição, enquanto o outro (EM) se contenta com sua primeira e talvez única.

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